29 de novembro de 2009

Parte 21

Meg me puxou me sentando na cama e sentou ao meu lado.
– O que você acha sobre o assunto? – Ela perguntou.
– Não sei.
– Como assim não sabe?
– Não sei Meg. Ainda to muito confusa, vou tentar absorver tudo isso primeiro. É muito pouco tempo, e isso já ta tão forte em mim, que eu não consigo mais mandar nas minhas próprias idéias.
Meg fez cara de confusa.
– Eu preferi não falar que você estava aqui. Ele poderia ficar mais irritado ao saber que você estava aqui e poderia está escutando.
– Tudo bem. Acho melhor irmos dormir agora.
– Nossa! O Gabriel estragou com nossa noite de garotas! – Falou Meg decepcionada.
– Desculpa. – Falei e dei um sorriso de leve.
Meg deitou, apaguei a luz e deitei também.
A recente recordação de sua voz falando todas aquelas coisas sobre mim invadiu meus pensamentos, e eu só conseguia pensar naquilo, sem nenhum objetivo, apenas tentei imaginar seu rosto e seus movimentos enquanto falava aquilo. Eu não queria me permitir a me iludir em relação a ele, mas era tão difícil.
Eu precisava beber um copo de água pra minha agitação parar. Me levantei e fui até à cozinha.
Já passava da meia noite e procurei não fazer barulho quando fui abrir a porta. Procurei o receptor e acendi a luz da cozinha. Peguei um copo de plástico dentro da gaveta do balcão e água na geladeira.
– Beatrice?
Me virei automaticamente quando escutei aquela voz. A voz dele. Quando percebi os poucos centímetros que nos separavam o copo caiu espalhando a água pelo chão.
Eu apenas fiquei olhando-o. Seu rosto espantado e confuso ao mesmo tempo. E ele estava com olheiras, não que elas conseguissem diminuir a beleza dele, mas o aparentava cansado. Sono, talvez.
– Você... Você aqui? – Ele perguntou com sua expressão ficando mais confusa.
– É. – Forcei a letra a sair da minha boca.
Ele olhou pro chão onde a água, e o copo estavam.
– Ah, é... Acho que tenho que limpar isso. – Falei.
Abaixei-me. E ele fez o mesmo. Nossas mãos tocaram o copo e se tocando ao mesmo tempo. Eu podia sentir sua respiração quente, e o toque de suas mãos nas minhas. Eu me sentia tão fraca com a batida forte que meu coração fazia, minhas pernas tremendo e eu achava que cairia ali mesmo. Nós nos olhamos e ele segurou minha outra mão me levantando junto a ele, nossos corpos estavam quase colados e nossas mãos apertando umas as outras. Nossos rostos foram lentamente puxados um contra o outro, seu olhar estava penetrando no meu e aquilo estava fazendo as coisas pularem dentro de mim, como se uma festa estivesse acontecendo no meu interior, se não fossem suas mãos segurando as minhas eu poderia está no chão como aquela água. Nossos lábios se encontraram e ele segurava minha mão com mais firmeza. Era meu primeiro beijo, e era com ele, com meu amor. Ele me beijava com delicadeza e eu não sentia vontade de parar, acho que ele também não porque demorou um pouco pra nós estarmos separados novamente.
– Desculpa. – Ele disse com uma expressão de algo que eu não sabia o que era, acho que dor, culpa. E saiu da cozinha em direção ao seu quarto.
Um nó se formou na minha garganta, os soluços começaram e as lágrimas caíram. Sim, eu chorei. Não porque não foi bom, e sim porque eu nunca mais teria aquilo novamente, eu nunca mais o teria tão perto, eu nunca mais sentiria aquela sensação, a melhor sensação que eu já tive em toda a minha vida. Não com ele.
Na manhã seguinte, mesmo tendo dormindo muito mal na madrugada anterior, eu acordei cedo na esperança de explicá-lo que não havia porque se desculpar, eu queria explicá-lo como tudo foi pra mim. Mas ele não estava em casa. Quando perguntei sobre ele à Meg ela falou que ele às vezes saia bem cedo pra andar pra espairecer um pouco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário