21 de setembro de 2009

Parte 18

– Ah, crianças. Vocês perderam de ver o discurso que Elizabeth fez em homenagem à Mauro e a mim – Sra Cecília disse
– Não acredito que perdi – Falei tentando parecer decepcionada.
– É. Eu também queria ter visto. – Disse Gabriel.
Eu já tinha visto alguns discursos de meus pais à trabalho, eram sempre superficiais.
– É uma pena. Ficamos muito lisonjeados. – Falou Sra Cecília.
– Ah, não foi nada – Disse minha mãe.
Eles continuaram colocando o assunto em dia e eu fingia ouvir, aquilo tudo estava muito chato, eu estava quase deitada na cadeira.
Ouvi os pais de Meg falando que tinham matriculado ela no colégio em que eu estudo, me animei completamente, até que enfim algo que preste naquele zoológico.
– Sério? Ela vai estudar lá mesmo? – Perguntei
– Sim, e o Gabriel também. – Disse Cecília passando a mão no ombro dele – Ele está no último ano. Ano que vem já vai pra faculdade.
Ele deu um sorriso falso de depois beliscou algum tira-gosto que tinha na mesa. Eu dei um sorriso um tanto verdadeiro.
O jantar começou a ser servido e Meg chegou à mesa com um sorriso de um olho ao outro. Me surpreendi, pra mim ela ficaria com o cara até o fim.
– Bia, tava te procurando – Ela disse sentando-se ao meu lado.
– Achou – Falei sorrindo, eu sabia muito bem o que ela tava fazendo.
O resto da festa foi desinteressante, todos da mesa conversavam menos eu e Gabriel, ele sempre olhava pra baixo e eu fazia o mesmo, e quando nosso olhar se encontrava logo eram desviados pra baixo novamente. E no resto dos convidados eu não prestei atenção no que eles faziam.
Por volta das 22:00 os convidados estavam se retirando. Por último foi a família de Meg, nós nos despedimos. Gabriel sorriu e acenou e então eu estava sozinha com meus pais.
Entramos em casa e depois de um breve comentário sobre o jantar, desejamos boa noite e fui pra o meu quarto.
“Eu estava em algum lugar que me parecia um hospital segurando a mão de Gabriel, que estava deitado sob a maca. Ele parecia estar morrendo, eu me sentia fraca como se tivesse perdendo uma parte de mim. Chorava e implorava pra ele não me deixar só aqui. Seus olhos iam fechando cada vez mais, e ele realmente estava me deixando.”
Abri meus olhos assustada, eu mal conseguia enxergar meu quarto de tantas lágrimas que embaçavam meus olhos. Continuei deitada na cama olhando o teto, amedrontada enquanto deixava as lágrimas escorrerem e me lembrando que aquilo havia sido apenas um pesadelo.
Me levantei e percebi que estava com a mesma roupa de ontem da festa, olhei no relógio marcavam 11:27. Após fazer minhas higienes, desci. Fui almoçar assistindo desenho.
– Telefone pra você – Disse uma vez feminina. Me virei pra olhar quem era, e tinha uma das empregadas lá de casa parada olhando pra mim com um sorriso muito, mas muito falso.
Peguei o telefone e agradeci.

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